junho 19, 2022

QUEM MANDA NA PETROBRAS E COMO A POLÍTICA DE PREÇOS PODE SER MUDADA? VEJA AS RESPOSTAS

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Primeiro, é preciso compreender a estrutura da Petrobras. Desde 1997, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSB), a empresa passou ter uma economia mista. Ou seja, tem capital aberto na bolsa de valores, mas é o governo o seu maior acionista.

Segundo Iughetti, para alterar a atual política de preços por algum outro modelo, excluídos aqueles que são geradores de subsídios, há necessidade de modificar o Estatuto da Petrobrás.

Esse poder, portanto, está nas mãos da diretoria executiva (escolhida pelo governo brasileiro) e do conselho administrativo (formado por indicações dos demais acionistas).


O coordenador técnico do Ineep, William Nozaki, destaca que essa alteração exige uma atuação conjunta do Conselho Nacional de Politica Energética (CNPE), do Ministério de Minas e Energia (MME), da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e, por fim, da própria Petrobras.

“Em 2023, a Petrobras completará 70 anos. Nesse período, a empresa já foi dirigida por civis, por militares, por governos de centro, mais à esquerda, mais à direita, por ortodoxos e por heterodoxos, e nunca a inflação de combustíveis foi tão impactada pela política de preços da Petrobras. O problema está na orientação do atual governo”, analisa.

QUAIS AS CHANCES DESSA DISCUSSÃO SAIR DO PAPEL?
Após o anúncio do reajuste, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), disse que iria convocar lideranças políticas para debater sobre a política na mudança de preços da Petrobras.

O coordenador técnico do Ineep, William Nozaki, esclarece que o Congresso pode abrir essa discussão e que o Legislativo tem prerrogativa e mandato para legislar sobre a política de preços, mas acha pouco provável que a pauta avance.

“Nem Bolsonaro e nem Lira tem interesse em solucionar, efetivamente, a inflação de combustíveis. Estão pressionados entre a bolsa e a urna, apenas buscando ganhar tempo para atravessar o calendário eleitoral”, diz.

O presidente afirmou, nesta sexta, cogitar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a direção da estatal.

“Ambos responsabilizam a Petrobras como se a União não fosse a acionista majoritária responsável pela maioria das indicações na presidência, direção e conselho da companhia. Querem passar para a opinião pública a imagem de que o problema não é deles, mas é, eles criaram o problema e eles não conseguem solucioná-lo”, conclui.

Fonte: diariodonordeste.com