setembro 10, 2022

No que seria o seu melhor momento, Bolsonaro não deslancha nas pesquisas; falta 3 pontos para Lula se eleger

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Nem por encomenda de Bolsonaro poderia ter sido melhor para ele a coincidência da nova pesquisa Datafolha de intenções de voto ser aplicada nos dois dias seguintes à sua maior demonstração de força no showmício militar de 7 de setembro.

Em Brasília, Bolsonaro falou o que quis para uma plateia de 100 mil devotos, segundo o locutor oficial da cerimônia, obrigado depois por um coronel a corrigir-se: 100 mil, não, 1 milhão. A primeira cifra era um exagero, a segunda uma fraude.

No Rio, ele falou para 60 mil pessoas. Em São Paulo, bolsonaristas falaram para 36 mil. Natural que 48 horas depois, a pesquisa reverberasse o sucesso dos atos cobertos ao vivo por todas as redes de televisão do país, e mais emissoras de rádio e sites.

Mas, não. Lula não perdeu um só pontinho dos 45 que tinha há uma semana. Bolsonaro cresceu dois pontos, dentro da margem de erro da pesquisa. Ciro Gomes (PDT) perdeu dois pontos, recuando de 9% para 7%. Simone Tebet (MDB) ficou nos 5%.

Ciro Nogueira (PP-PI), chefe da Casa Civil da Presidência, terá que reajustar suas previsões. Em março, disse que Bolsonaro empataria com Lula em maio ou junho; depois, que não passaria de agosto; então, estendeu o prazo para início de setembro.

E agora? Muitas âncoras impedem Bolsonaro de navegar. Em abril de 2019, o primeiro ano do seu mandato, 32% dos eleitores consideravam seu governo ótimo ou bom. No Datafolha de ontem, são 31%. Na semana passada, eram 31%.

Na região Sul do país, onde há 4 anos Bolsonaro nadou de braçada, a avaliação positiva do governo supera numericamente a negativa: 38% a 35%. Em compensação… Entre jovens de 16 a 24 anos, as respostas de “ruim/péssimo” aumentaram para 47%.

A essa altura da campanha de 2018, 45% dos eleitores diziam que poderiam mudar seu voto. Hoje, três de cada eleitores dizem já ter decidido o voto no primeiro turno. Bolsonaro terá que tomar votos de Lula se quiser vencer. Faltam 3 pontos para Lula se eleger já.

É provável que Lula liquide a fatura no primeiro turno? Provável, não é. Mas ainda é possível. Ciro começa a andar para trás; Simone estanca e os demais não contam. Os eleitores com renda de até dois salários mínimos não arredam pé de votar em Lula.

Fonte: metrópoles.com