janeiro 26, 2023

Após críticas do governo Bolsonaro à moeda única, internautas resgatam vídeo do ex-presidente defendendo o projeto

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Bolsonaro e Mauricio Macri, ex-presidente da Argentina Reprodução

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usaram as redes sociais para se manifestar contra o projeto que visa criar uma moeda comum sul-americana. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o ex-ministro da Casa Civil e senador, Ciro Nogueira (PP-PI), criticaram as ideias discutidas entre os presidentes do Brasil e da Argentina que defendem a construção de uma moeda para ser usada nas transações comerciais e no fluxo financeiro dos países sul-americanos.

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No entanto, o governo Bolsonaro também já defendeu ideias de uma moeda compartilhada. O próprio ex-presidente afirmou isso em Buenos Aires, em 2019. Na ocasião, mais do que uma moeda comum para transações, o que não acabaria com o real, ele citou a hipótese de uma moeda única entre os países, o que não está em discussão agora.

"O Paulo Guedes nada mais fez do que dar um primeiro passo para um sonho de uma moeda única na região do Mercosul: o peso-real Quem vai achar é ele. Como aconteceu o Euro lá atrás, pode acontecer o peso-real aqui, pode acontecer", afirmou ele.

"Peso fraco + real enfraquecendo = grama. O nome da nova moeda portenho brasileira: um grama. Vale quanto pesa", escreveu Ciro Nogueira em suas redes sociais. Já o filho do ex-chefe de Estado citou o bom desempenho do real no ano passado frente ao dólar e lembrou da alta inflação argentina para desaprovar o plano.

Em março do ano passado, Carlos França, então ministro das Relações Exteriores da gestão Bolsonaro, também falou sobre a hipótese.

"O debate sobre moeda única, que eu vou me aventurar porque ele é muito técnico, mas eu já ouvi do ministro Paulo Guedes sobre uma possível discussão de associação no início do governo do presidente Jair Bolsonaro e quando na Argentina estava o governo Marcri de uma associação entre as moedas do Brasil e da Argentina, que seria chamada de peso real. É um processo similar, ou que segue vamos dizer assim a lógica do que ocorreu na União Europeia, com o Banco Central Europeu, e permitiria então uma equalização de taxa de juros e de pressão inflacionárias que parece trazer muitos benefícios", explicou.

O anúncio do projeto foi feito neste domingo após Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Argentina, Alberto Fernandéz, assinarem um artigo publicado pela revista argentina Perfil. O objetivo é que a moeda não substitua o peso e o real, que continuariam existindo como atualmente, sendo diferente do Euro, por exemplo, que se tornou uma moeda única na Europa. O argumento é o de que essa moeda reduziria o custo de operações e a vulnerabilidade externa enfrentada pelos países nas transações comerciais e fluxos financeiros.

Essa foi a primeira viagem internacional que o petista realizou desde que voltou ao Palácio do Planalto. A prioridade de Lula é retomar a relação bilateral com a Argentina, abalada durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Fonte: O GLOBO.COM