fevereiro 03, 2023

Jean suspende transferências, mantém cerca de 300 funcionários da Petrobras no RN e afirma que Natal vai sediar diretoria da empresa

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Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, durante visita à sede da empresa em Natal - Foto: Divulgação

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou nesta sexta-feira (3) a suspensão do processo de transferência de funcionários da empresa que atuam no Rio Grande do Norte. Com a decisão, cerca de 300 trabalhadores que estavam prestes a serem transferidos para outras localidades, por ordem da direção anterior da estatal, vão permanecer em solo potiguar. O anúncio foi feito por Jean Paul durante visita à sede da empresa em Natal.

Atualmente, a Petrobras tem cerca de 500 funcionários no RN, que atuam na exploração de petróleo em campos terrestres e na refinaria Clara Camarão. A direção anterior da estatal tomou a decisão, contudo, de deixar de operar os campos – vendendo sua participação para empresas privadas, mantendo basicamente a refinaria. Com isso, aproximadamente 60% dos trabalhadores (cerca de 300) já tinham recebido a notícia de que seriam transferidos para outros polos.

Nesta sexta, Jean Paul afirmou que a venda dos campos está mantida, mas as transferências de funcionários estão interrompidas.

“Estão suspensas aquelas transferências que estavam programadas, engatilhadas automaticamente à venda dos ativos. Porque são pessoas que têm sua vida no Rio Grande do Norte. Eu, mais do que ninguém, sei como é bom vir morar no Rio Grande do Norte e ficar aqui, ser adotado pelo Rio Grade do Norte. Não quero que ninguém seja expulso, despejado do Rio Grande do Norte, porque vendeu o ativo”, afirmou Jean.

“A Petrobras não vai mais sair do Rio Grande do Norte. A gente já tem o que fazer, já sabe o que pode fazer”, acrescentou.

Segundo apurou o PORTAL DA 98 FM, a ideia do presidente da Petrobras é aproveitar os funcionários da empresa em outras atividades que serão exploradas no Estado, para além da extração de petróleo e do refino.
Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e governadora Fátima Bezerra (PT) – Foto: Reprodução
Diretoria em Natal

Durante a visita a Natal, o presidente da Petrobras anunciou, ainda, a criação de uma diretoria da empresa voltada para a exploração de energias renováveis – especialmente a energia eólica no mar, o chamado offshore eólico. A sede da diretoria será em Natal.

“Nós vamos fortemente para o offshore eólico e vamos ser os líderes no Brasil. E o melhor é agora: a sede disso vai ser nessa cidade. A sede de todo o offshore eólico da Petrobras vai ser aqui no Rio Grande do Norte. Quem quiser vir conversar sobre eólica, terá de vir a Natal”, destacou Jean Paul.
Governadora e funcionários comemoram

Presente na reunião, a governadora Fátima Bezerra (PT) comemorou os anúncios. “Isso demonstra a sua sensibilidade do ponto de vista social, e sua capacidade de estar à frente desta empresa estratégica de caráter estruturante para o nosso desenvolvimento”, afirmou a petista, ao lado de Jean Paul.

Coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Norte (Sindipetro-RN), Ivis Corsino não participou da reunião, mas celebrou a notícia dada por Jean Paul.

“A suspensão das transferências representa uma reavaliação da manutenção da Petrobras no Rio Grande do Norte. Jean Paul não sinalizou a ruptura dos processos de venda de ativos que estão em andamento. Ele abriu as possibilidades de novas fronteiras, como a questão de águas profundas, que é a margem equatorial, e a eólica offshore, que é uma promissora atividade. O Rio Grande do Norte é o estado com maior vocação para essa atividade, e o presidente Jean Paul, conhecedor dessa matéria, está pautando isso no processo de transição energética”, afirmou o coordenador.

Ivis Corsino afirma que, dos 300 funcionários que seriam transferidos imediatamente, a maioria é formada por profissionais que podem perfeitamente trabalhar nas novas atividades da empresa. “Tem muitos engenheiros que podem ser úteis para essas novas fronteiras que ele (Jean Paul) vislumbra para a Petrobras. Transferir e trazer de volta, além de ser mais caro, não seria tão lógico”, finalizou.