março 15, 2023

Ataques no RN: o que se sabe e o que falta esclarecer

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O Rio Grande do Norte é alvo de uma sequência de ataques violentos na capital, Natal, e em outras 24 cidades desde a madrugada de terça-feira (15).

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a ação é uma manifestação de presos, organizados por uma facção criminosa, e que fazem exigências sobre as condições nos presídios, como acesso a aparelhos de televisão e visitas íntimas.

Quando começaram?
Os ataques começaram na madrugada de terça-feira (15) quando criminosos atacaram prédios públicos, comércios e até carros que estavam estacionados nas ruas. O primeiro dia de ataque teve registro em pelo menos 19 cidades.

A noite de violência fez com que serviços públicos fossem suspensos, como aulas, transporte e atendimento de saúde.


Mapa mostra cidades dos ataques no RN — Foto: Arte/g1

Onde ocorreram os ataques?
Segundo a polícia, o balanço no segundo dia é de 28 cidades, segundo a última atualização da polícia, nesta quarta-feira (15). São elas Acari, Boa Saúde, Caicó, Campo Redondo, Ceará-Mirim, Cerro Corá, Currais Novos, Jaçanã, Lagoa D'anta, Lagoa Nova, Lajes Pintadas, Macaíba, Macau, Montanhas, Mossoró, Natal, Nísia Floresta, Nova Cruz, Parnamirim, Pureza, Riachuelo, Santo Antônio, São Tomé, Tibau do Sul, Touros, São Miguel do Gostoso, Santa Cruz e Serra Negra do Norte.

Há vítimas nos ataques?
De acordo com a polícia, duas pessoas ficaram feridas em ataques. Os dois eram funcionários de empresas de transporte público.

Além deles, outras duas pessoas morreram em confrontos com a polícia. Os dois estavam envolvidos nos ataques. Um deles é apontado pelos agentes como responsável pela organização dos casos de violência.

Quem está por trás dos ataques?
Quando as ações começaram, na terça-feira, a polícia havia informado que a suspeita era de que os ataques fossem uma retaliação por uma apreensão de drogas e armas de um grupo criminoso. Ao longo do dia, com a sequência de ataques, disse que havia o envolvimento de uma facção criminosa que age dentro e fora dos presídios.


Nesta manhã, confirmou o envolvimento do grupo e disse que as ações são um protesto pela condições dos presos nas penitenciárias e que eles estão fazendo exigências como visita íntima e disposição de aparelhos de TV.


O que está sendo feito pela segurança pública?
Após a série de ataques, o ministro da Justiça, Flávio Dino, autorizou o envio de agentes da Força Nacional. Na madrugada desta quarta-feira, 200 agentes chegaram ao local.

O governo do estado disse que reforçou o policiamento no estado e diz que repudia as ações.

O que está sendo feito para conter a mobilização dentro do presídio?
Um preso suspeito de envolvimento nos ataques foi transferido da Penitenciária Estadual de Alcaçuz para um presídio federal, que não foi revelado.

Além disso, as visitas nas penitenciárias do estado foram temporariamente suspensas - inclusive a de advogados.

O governo do estado do Rio Grande do Norte ainda informou que podem ser feitas novas transferências.

De acordo com o balanço da polícia, desde o início dos ataques, 30 pessoas foram presas, 30 explosivos, além de carros, motos e armas.

Como ataques impactam a população?
Com os ataques, o clima nas cidades é de medo. Moradores têm evitado sair, já que há ações mesmo durante o dia.

Na capital, Natal, o transporte está funcionando de forma reduzida.O atendimento em unidades básicas de saúde e em escolas da rede municipal também foi suspenso.

Em Mossoró, município que também foi alvo de ataques, o transporte público está suspenso desde terça-feira.

O que falta esclarecer?
A polícia ainda investiga quem são os presos envolvidos na organização do ataque, como eles têm se comunicado com os grupos na execução fora do presídio e quem são essas pessoas. O governo estadual diz que tem empenhado esforços na investigação dos casos e que presos ligados à facção devem ser transferidos.

Fonte: g1.globo.com