abril 26, 2023
Moraes quer que PL das Fake News inclua suspensão imediata de perfil que divulga informação falsa
Nenhum comentário | Deixe seu comentário.Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. Foto: Agência Brasil
Em sua ofensiva à desinformação, o presidente do TSE também quer responsabilizar as empresas de tecnologia e pretende obrigá-las a pagar multa de R$ 100 mil a R$ 150 mil por hora em caso de descumprimento de decisão judicial que imponha remoção de conteúdos. A versão atual do texto determina que as multas oscilem entre R$ 50 mil e R$ 100 mil.
Atualmente, a Justiça Eleitoral já aplica multas em casos de descumprimento de decisão judicial, mas os juízes utilizam como parâmetro somente as resoluções do TSE sobre o tema em vez de se orientar por legislação específica.
O presidente do TSE chegou a impor no início do ano passado a suspensão das operações do Telegram no País por causa do descumprimento de decisões judiciais e a negativa dos donos da plataforma em indicar um representante legal no Brasil.
O documento entregue por Moraes tem quatro páginas e quatro sugestões de emendas ao texto original. O presidente do TSE fez tanto sugestões de modificação da redação do projeto com propôs que novos incisos sem incluídos.
Uma das modificações propostas pelo presidente do TSE é que “os provedores deverão, sob pena de responsabilidade civil e administrativa, indisponibilizar imediatamente conteúdos e contas, com dispensa a notificação aos usuários, se verificarem ou existir dúvida fundada de risco”. A versão atual do PL apenas prevê que as plataformas adotem um protocolo de segurança, no prazo de 30 dias, caso sejam identificados riscos em conteúdos publicados.
Moraes ainda detalha que devem ser considerados riscos o compartilhamento de “condutas, informações e atos democráticos”; notícias falsas contra o processo eleitoral; “grave ameaça” ou incitação de violência física contra funcionários públicos”; e promoção de racismo, homofobia, ideologia nazista, fascista ou odiosa contra minorias políticas e sociais.
A sugestão de coibir preconceitos e ideologistas extremistas nas redes já havia sido apresentada por Moraes na semana passada em reunião convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutir com chefes de Poderes, governadores e prefeitos formas de combater a escalada de atentados a escolas. Na ociasão, o presidente do TSE disse que as redes sociais “lucram” com a violência e precisam pagar pelos efeitos gerados por esses conteúdos.
Dentre as novas propostas apresentadas ao Congresso ainda consta a responsabilização das big techs nas esferas civil e administrativa pela presença de contas falsas, pelo descumprimento de ordens de remoção de publicações e pela disseminação de conteúdos impulsionados, publicidade paga e postagens direcionadas por algorítimos.
Moraes também pretende incluir no texto a proibição do compartilhamento de notícias falsas ou “gravemente descontextualizadas que atinjam a integridade do processo eleitoral”.
Outra prática adotada pela Justiça Eleitoral e pelo próprio TSE nas eleições de 2022 e que agora Moraes deseja regulamentar por lei é a extensão de ordens de remoção de conteúdos a postagens “idênticas” feitas nas redes – ou seja, Moraes quer o PL das Fake News permita aos magistrados remover publicações em massa de notícias falsas apenas estendo os efeitos de decisões anteriorizes.
A nova redação proposta pelo TSE ainda prevê que o PL das Fake News proíba a veiculação de propaganda paga nas redes sociais nas 48h que antecedem e sucedem as eleições.
Fonte: Agência Brasil