abril 11, 2023

Saúde do Estado entra em greve nesta terça-feira (11)

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Além dos professores, em greve há mais de 1 mês, os profissionais da saúde do RN começam mais uma paralisação nesta manhã (11) em frente ao Walfredo Gurgel, segundo o Sindsaúde, representante do segmento. A decisão foi aprovada por unanimidade em Assembleia Geral dos Trabalhadores no ultimo dia 29. Anda hoje será aprovado um calendário para os próximos atos envolvendo a categoria. Com a paralisação, todos os hospitais do Estado devem ser afetados. Além de trabalhadores da enfermagem, psicólogos, assistentes sociais e demais profissionais que compõem o segmento devem aderir a greve, tanto na capital, quanto no interior do RN.

Sindicato dos Trabalhadores da Saúde vai elaborar calendário de manifestações. Piso da enfermagem é principal reivindicação
Estão entre as reivindicações, a campanha salarial de 2023, bem como a revisão da Lei de produtividade, perdas salariais para ativos e aposentados, além do pagamento de plantões dentro do mês trabalhado. A lista apresentada pelo sindicato conta com cerca de 19 itens, de acordo com a diretoria. Pagamento do piso salarial da enfermagem e dos técnicos em radiologia também entram na discussão.

De acordo com uma das diretoras do sindicato, Rosália Fernandes, uma das reivindicações é a convocação dos profissionais aprovados em concurso estadual feito em 2018 e que até agora não foram chamados, enquanto outros profissionais com cadastros temporários continuam se renovando em seus postos. “A gente quer a convocação dos concursados que estão no cadastro de reserva do concurso de 2018 e que estão sob validade até setembro de 2024, mas o Governo tem quase 3 mil contratos temporários e está se renovando”, diz.

O ato acontece no mesmo dia em que professores do Estado fazem caminhada até a Governadoria em cobrança pelo aumento salarial da classe. De acordo com o Sindsaúde, a decisão “vem como uma resposta ao governo Fátima Bezerra (PT) que segue sem apresentar soluções para muitos pontos da pauta dos trabalhadores (as) e desde o ano passado não cumpre sequer o que está previsto na lei do Plano de Cargos”.

Segundo o Sindsaúde, lista de pedidos não deve ser atendida de uma vez e em sua totalidade, mas é necessário que o Estado proponha um calendário de ações para o cumprimento das reivindicações para que a greve seja finalizada. “Essas reivindicações, primeiro que a gente não está pedindo todas de uma vez”, disse a Fernandes. Em contrapartida, o Governo do Estado agendou uma nova audiência pra o dia 27 deste mês para discutir as reivindicações.

Em nota enviada à TRIBUNA DO NORTE, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (SESAP) disse que houve uma mesas SUS extraordinária na ultima quarta-feira (5) para tratar as reivindicações levantadas pelo segmento e solicitar o adiamento da greve, o qual não foi acatado. Também foi pedido colaboração e atenção para os “avanços ao longo do tempo”. No entanto, nenhum proposta foi apresentada no momento. Confira:

“Na ocasião, foram apresentados dados como os incrementos de ativos de 2019 até hoje, de mais de R$ 36 milhões, com aumento salarial através da implantação do Plano de Cargos e Salários, além do incentivo à qualificação constante para todos os servidores. Na ocasião, foi demonstrada a queda da arrecadação do ICMS no Estado e foi solicitado o adiamento da greve, para que no próximo dia 27 de abril, em uma nova Mesa SUS extraordinária, a Sesap devolva a resposta de alguns pontos elencados pelo sindicato”, disse.

Adiamento
Ainda de acordo com a diretora, o pedido de adiamento apresentado pela Sesap deve ser discutido hoje, em conjunto com os trabalhadores que aderiram a paralisação. “Quem pode revogar a decisão de uma assembleia é outra assembleia. A gente vai estar começando a greve e em um momento lá, nós vamos repassar todas as informações do que o governo diz”, comenta Rosália Fernandes. Enquanto isso, todos os hospitais estaduais devem ser afetados pela paralisação.

Segundo divulgação da secretaria de saúde, o RN possui 25 hospitais estaduais. O Hospital Walfredo Gurgel, Pronto Socorro Clóvis Sarinho, Hospital Dr. João Machado, Hospital Dr. José Pedro Bezerra (Santa Catarina), Giselda Trigueiro e Hospital da PM estão entre os afetados pela paralisação só na capital potiguar.

O segmento já vem de uma série de paralisações por causa do pagamento do piso salarial dos enfermeiros, que segue suspenso mesmo após ter sido aprovado pelo Congresso Nacional, em agosto de 2022. Isso porque o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a lei por não detalhar de onde viriam os recursos que bancariam o aumento para os profissionais.

Para Fernandes, o Governo do Estado não reconhece o esforço dos trabalhadores da saúde durante os anos de pandemia. “Dizem que trabalhadores da saúde foram os heróis, as heroínas, mas a gente está cansado desse desse discurso. Muitos morreram, deram suas vidas na pandemia e o governo não reconhece isso. Sim, e reconhecer isso significa pelo menos ter respeito”, finaliza.