setembro 05, 2024

Alerta: menopausa precoce pode aumentar o risco de depressão

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Foto: Arquivo TN

A menopausa precoce pode afetar a saúde mental das mulheres mais do que quando essa transição ocorre na idade considerada normal, que é depois dos 40 anos. Entre os desafios, estão a aceitação, mal-estar emocional, estresse constante e as alterações hormonais. Os médicos e psicólogos alertam sobre a importância de cuidar da mente durante esse processo para lidar com as circunstâncias.

Marcada pelo fim dos ciclos menstruais e início de alterações hormonais, a menopausa é uma fase natural da vida feminina. No entanto, quando ocorre de maneira precoce, pode causar problemas emocionais e ser difícil de entender o motivo. A ginecologista da Maternidade-Escola Januário Cicco, Maria da Guia de Medeiros Garcia, explica que ela pode acontecer antes do tempo comum por fatores genéticos, doenças autoimunes, tratamentos médicos como quimioterapia ou até mesmo por causas desconhecidas.

Segundo a psicóloga da clínica de oncologia e mastologia de Natal, Rafaela Gimenez, a condição não apenas acelera o processo de envelhecimento reprodutivo, mas também pode provocar uma série de sintomas físicos e emocionais que afetam a qualidade de vida das mulheres.

De acordo com Rafaela Gimenez, a maioria das pessoas tem a ideia de que a menopausa é um período necessariamente triste, com sintomas de depressão e ansiedade, mas isso não acontece com todas as mulheres, apenas com uma parcela delas. “A menopausa precoce pode acontecer devido a cirurgias como histerectomia e retirada de câncer. Por conta disso, elas acabam tendo uma menopausa forçada e também pode ser causada por alguma questão hormonal”, explica.

Nesses dois casos, há técnicas para minimizar os impactos negativos que isso pode trazer à saúde mental da mulher. Rafaela comenta que entre eles estão o acompanhamento psicológico para que a paciente possa entender melhor as questões; tenha hábitos alimentares mais saudáveis; maior inclusão social; e que mantenha a sexualidade ativa.

“O envelhecimento para muitas pessoas está ligado com a perda da beleza, perda da função social e outras coisas. Na psicologia, a gente entende que não é a situação em si que gera o problema, é o que a gente pensa a cerca da situação. Então, dependendo da forma como a mulher vai interpretar a situação, ela vai vivenciar de uma forma. De forma geral, nós orientamos que a mulher mude o estilo de vida para vivenciar melhor essa fase”, completa.

Além disso, a médica Maria da Guia de Medeiros Garcia também revela outra possibilidade para as mulheres: a reposição hormonal. Isso só será possível após a paciente realizar uma série de exames. A reposição irá usar algumas substâncias como estrogênio e progesterona que irão minimizar os impactos negativos.

A menopausa ocorre porque o ovário deixou de produzir o estrógeno, então é possível repor com essa substância. “Essa reposição pode ser feita de várias maneiras a combinar com a paciente e se ela não tiver nenhuma contra-indicação. Atualmente existem várias formas de repor, sendo por meio de gel, oral ou vaginal”, finaliza a ginecologista.

De acordo com a psicóloga, é possível identificar que a saúde mental da paciente está afetada precisamente por conta da menopausa por meio do acompanhamento. A partir disso, o psicólogo pode questionar o momento em que a mulher está se sentindo triste, se é quando tem pensamentos relacionados a menopausa.

Para auxiliar no tratamento, a psicóloga ressalta a necessidade de procurar um especialista em terapia cognitivo-comportamental. Assim, a mulher terá ajuda para moldar os pensamentos às circunstânciasa.