novembro 28, 2024
China compra reserva de urânio na Amazônia por R$ 2 bilhões; a venda da mineradora não tem relação com o governo brasileiro
Nenhum comentário | Deixe seu comentário.Empresa Mineração Taboca S.A, dona da Mina de Pitinga, foi vendida para a estatal chinesa China Nonferrous Mining - (crédito: Divulgação/Mineração Taboca S.A)
A venda da empresa foi feita pelo grupo peruano Minsur S.A, que controlava as ações da Mineração Taboca S.A, e não tem relação com o governo brasileiro. Agora, o controle acionário passa à China Nonferrous Mining, referência na exploração de cobre, que adquiriu as ações por US$ 340 milhões, cerca de R$ 2 bilhões.
Descoberta em 1979, a Mina de Pitinga é rica em estanho, cassiterita e columbita, e tem longevidade estimada de 100 anos. Além desses minérios, o local também está entre as maiores reservas nacionais de urânio, elemento utilizado na geração de energia nuclear.
Em meio a uma corrida mundial na busca de fontes para geração de energia nuclear, o Brasil é um dos territórios mais ricos em urânio no mundo. Já a China desponta como o país com mais investimentos no setor, com cerca de 56 reatores em funcionamento, além de 30 usinas em construção e 41 planejadas.
No entanto, o urânio não deve ser explorado pela estatal chinesa. Isso porque a exploração de atividades nucleares é monopólio da União, de acordo com a Constituição. A exploração do mineral fica sob responsabilidade estatal das Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
Embora a empresa chinesa não tenha permissão para explorar o mineral, a compra gerou reações no Congresso Nacional. Em discurso no plenário, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) acusou o país de favorecer a China Nonferrous Trade enquanto a exploração de potássio e gás natural na região amazônica está paralisada por decisão do Ministério Público Federal (MPF).