janeiro 17, 2025
A escuridão favorece o crime, diz comandante-geral da PMRN
Nenhum comentário | Deixe seu comentário.Coronel Alarico. Foto: José Aldenir / Agora RN
“Imagina se nós estivéssemos aqui conversando tudo escuro. Que coisa, ninguém ia nos ver, ver os nossos olhos e nós falando com a população”, comparou Alarico. Ele enfatizou que a falta de luz nos bairros torna trabalhadores e moradores mais suscetíveis a roubos e outros crimes. “Nós temos uma preocupação também em bairros, em locais que a gente detecta que existe isso aí, de pessoas, trabalhadores que saem às quatro, quatro e meia da manhã. A gente tem a madrugada segura, que são aquelas viaturas que fazem esse circuito”, explicou.
Apesar do esforço da polícia, o comandante ressaltou que a iluminação pública é uma responsabilidade das prefeituras municipais. Além da escuridão, Alarico mencionou o aumento de denúncias de veículos trafegando irregularmente na orla marítima. “Recebemos várias denúncias de veículos 4×4 e outros trafegando na praia, mas existem locais onde isso é permitido e outros não. É importante que os municípios sinalizem adequadamente essas áreas, com assessoria do DETRAN, para evitar acidentes e abusos”, orientou.
O comandante detalhou o trabalho integrado das forças de segurança na Operação Verão, que cobre os 400 quilômetros de praias do estado. Segundo ele, são mobilizados diariamente 1.100 policiais militares em serviço extra, distribuídos em três turnos. “A governadora autorizou esse pagamento de hora extra, o que permite que o policial, em vez de folgar, esteja nas ruas. É melhor estar trabalhando extra com a farda do que em outro local, à paisana, que é muito perigoso”, argumentou.
Outro foco da operação é a prevenção de acidentes e afogamentos. “Até o dia 15 de janeiro, o Corpo de Bombeiros registrou 75 afogamentos no estado. Por isso, iniciamos campanhas de panfletagem e distribuição de pulseiras de identificação para crianças, além de reforçar a conscientização sobre os riscos em áreas perigosas”, disse.
Alarico também apontou que o comportamento das famílias nas madrugadas precisa ser levado em conta. “Antigamente as pessoas iam para dentro de casa meia-noite, uma hora da manhã. Hoje, elas ficam nas varandas das casas de praia, com churrasco e cachaça, sem perceber o tempo passar. Ali é o local onde os infratores começam a observar. A gente faz o planejamento para evitar isso”, revelou.
O comandante ressaltou as ações que reduziram crimes de grande vulto em Natal, como homicídios e assaltos a bancos, mas admitiu dificuldades com pequenos delitos. “Agora, nós temos uma situação muito difícil, que é do Rabo Fino, aquele indivíduo que fica esperando sua mulher, ou a minha, seu filho, ou o meu, ir pegar um ônibus às 4 ou 5 da manhã para ir trabalhar. Ele vai para tomar o celular, numa moto, numa bicicleta”, relatou.
Sobre essas ocorrências, ele reforçou a importância de a população colaborar com a polícia por meio de denúncias. “Ao mesmo tempo que alguém está filmando, que ajuda a identificar a pessoa, outra pessoa deve ligar para o 190. Talvez o tempo da filmagem seja o tempo da viatura chegar ao local”, orientou.
Fonte: Agora RN