março 13, 2025

Só em 2025, 761 pessoas morreram de Covid no Brasil. Cenário preocupa

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Cinco anos após o início da pandemia de Covid-19, o Brasil ainda enfrenta um número expressivo de óbitos pela doença. Embora as mortes tenham diminuído em comparação ao ano anterior, o coronavírus segue afetando principalmente grupos vulneráveis.

De janeiro até 1º de março de 2025, o Brasil registrou 761 óbitos, com uma média de 13 mortes diárias e 89 semanais. Em relação ao mesmo período de 2024, houve uma queda de 57,46%, quando o número de mortes foi de 1.789.

No entanto, as últimas semanas mostram um aumento preocupante de 21% nas mortes por Covid-19 em todo o Brasil, com um crescimento ainda mais expressivo de 58% no estado de São Paulo.

A médica infectologista Eliana Bicudo, da Sociedade Brasileira de Infectologia, explica que o aumento nas mortes em algumas regiões pode ser atribuído a diversos fatores.

“No começo do ano, com festas, viagens e aglomerações, o número de casos tende a crescer. Porém, o que realmente preocupa são os óbitos, principalmente porque temos vacinas e tratamentos eficazes hoje. Talvez as pessoas não estejam buscando diagnóstico precoce ou atendimento médico no momento certo”, afirma.

Apagamento da Covid
O médico David Urbaez, presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, lamenta o apagamento da Covid-19 das discussões públicas. “Com o passar do tempo, a Covid-19 foi saindo da pauta, tanto na mídia quanto na percepção das pessoas. Isso levou a uma diminuição do alerta na população, especialmente entre os grupos mais vulneráveis, que acabaram deixando de procurar a vacina e os cuidados médicos”, observa.

Ele destaca que a falta de diagnóstico precoce tem se tornado um problema, já que muitas pessoas com sintomas leves ou moderados não procuram testes e, frequentemente, evoluem para formas graves da doença. Eliana acrescenta que a chegada de novas variantes e a baixa cobertura vacinal continuam a afetar o controle da infecção.

A vacinação segue sendo essencial na prevenção da Covid-19. A infectologista Rosana Richtmann, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, ressalta a importância de manter a vacinação em dia.

“Estar atualizado com todas as vacinas — incluindo a de gripe, pneumonia e o vírus sincicial respiratório — é crucial. Com o imunizante, o risco de formas graves da doença diminui consideravelmente”, afirmou Rosana em entrevista anterior ao Metrópoles.